O que é REDD? Conheça tudo sobre a sigla

Afinal de contas, o que é REDD? É um projeto que propõe a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal. Para isso, se apoia em redução por compensação através de incentivos econômicos oferecidos por ações contra a emissão de gás carbônico.

É um conceito elaborado pela Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática para lidar com os impactos do aquecimento global. Os projetos REDD e REDD+ trabalham para manter as florestas em pé, preservando os reservatórios de carbono do planeta, como florestas, solos, rochas e atmosfera.

Os recursos adquiridos pela comercialização dos créditos de carbono, por exemplo, devem ser revertidos e utilizados para o bem estar das florestas, bem como das comunidades que vivem nela. São projetos de longo prazo com ações focadas na preservação, conservação e manutenção florestal.

E, neste ciclo, ao olhar para as florestas, as comunidades que vivem em meio à elas e arredores também são beneficiadas. Um projeto REDD transforma-se em uma ação de desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentável que integra a natureza e os moradores locais.

Neste post você vai conhecer detalhes sobre o que é REDD e o que é REDD+.  Além de saber mais sobre a empresa REDDA e o seu projeto usando os mecanismos REDD+ na Amazônia.

Nesse post tem:

O que é REDD?

REDD é um conjunto de incentivos econômicos focado na Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal. O REDD oferece mecanismos para ajudar a minimizar a emissão de gás carbônico na atmosfera. Bem como ações que evitam e lidam com o desmatamento.

O REDD pode ser compreendido como um modelo de gerenciamento inteligente e sustentável de florestas. Através dele, é possível estabelecer ações funcionais a favor do meio ambiente. Os responsáveis por ações que visam a manutenção das florestas, pertencentes ao REDD, são remunerados para seguirem com seus projetos.

Por fim, é uma forma encontrada para evitar as reduções de emissões de CO2, causadores do aquecimento global.

Tronco de árvore de matamatá. Imagem: Diego Imai.

Como surgiu a sigla

Em 2005, a sigla REDD (Reducing Emissions from Deforestation and Degradation) circulava em conversas internacionais sobre as mudanças climáticas. E em 2007, na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática – COP 13, em Bali, na Indonésia, a sigla se consolidou.

Os documentos mostravam como os países em desenvolvimento, responsáveis por florestas tropicais, poderiam promover reduções de emissões desmatando menos. Estas ações seriam compensadas financeiramente.

Este conceito de redução compensada tem sido a base do REDD. Desta forma, acredita-se que seja possível monitorar melhor as emissões de gás provenientes do desmatamento e da degradação florestal. Elaborando e colocando em prática ações para lidar, até mesmo impedir, a destruição das florestas.

A sigla segue abraçando outras questões conectadas, direta ou indiretamente, com a preservação da biodiversidade e culturas locais. É um trabalho contínuo que foi ampliado e recebeu outro conceito, o REDD+, que explicamos abaixo.

Como o REDD funciona?

A redução compensada de emissões, proposta pelo REDD, incentiva as políticas pensadas para manter a floresta em pé. Como consequência, não apenas as florestas sobrevivem, como diminui-se os impactos negativos na mudança climática.

Os mecanismos aplicados pelo REDD podem ser relacionados ao mercado de carbono e até trabalhos voluntários. Por exemplo, alguns projetos calculam o quanto de carbono impediram de serem lançados na atmosfera através da conservação florestal. Desta forma, podem vender “créditos de carbono” para empresas e este valor é usado para dar continuidade na preservação da floresta.

Oficina oferecida pela Redda em parceira com o Instituro Irama em Ilha Grande. Imagem: Diego Imai.

Quais são os desafios do REDD

A proposta é muito pertinente, contudo, é preciso lidar com alguns desafios. Algumas das mais preocupantes são: a deficiência de fiscalização e o mercado desenfreado da venda de créditos de carbono. Entenda melhor nos tópicos abaixo:

  • Fiscalização – como fazer as vistorias e monitoramentos para confirmar que o desmatamento em determinada área foi diminuído. Como saber se as ações aplicadas seguem, de fato, questões básicas de sustentabilidade?
  • Os governos – como negociar com os governos de forma clara e transparente? Muitos estão envolvidos pelas compensações econômicas, mas estão de fato realizando os mecanismos para diminuição das emissões? Além disso, estes governos vão usar o dinheiro recebido em ações locais para a continuidade da preservação e conservação florestal?
  • O mercado do carbonoa venda de crédito de carbono é interessante, mas também pode causar alguns desequilíbrios. Os países ricos, por exemplo, podem encostar na possibilidade de comprar créditos e não cumprirem a sua parte na redução das emissões. Existiria uma cota de compra e venda de créditos? Como serão realizadas estas transações?
  • A medição das emissões de carbono – qual cálculo será oficializado para ‘‘materializar’ essa quantidade de emissões de carbono que está sendo armazenada? E, quanto a quantidade que foi evitada emitir por conta da preservação?

É claro que todas estas questões não devem impedir de dar continuidade em um projeto que visa o bem estar da humanidade. Por isso, é preciso lidar com elas de forma inteligente, buscando empresas certificadas no mercado para a compra de crédito de carbono e com transparência de informações.

Ações atuais do REDD

Atualmente, já é possível acompanhar o funcionamento dos mecanismos REDD. Alguns exemplos são: o projeto Ulu Masen, na Indonésia, o suporte às famílias da Reserva de Juma, no Brasil. Ainda no Brasil, a REDDA surge com um projeto para atuar na cidade de Portel, no Pará. O projeto se propõe a auxiliar o desenvolvimento ambiental sustentável aliado ao crescimento socioeconômico.

Além disso, há também as parcerias entre países, como o apoio financeiro oferecido pela Noruega para a Guiana preservar suas florestas tropicais.

Qual a diferença do REDD e REDD+ – Entenda o Glossário

Agora que você entendeu o que é o REDD, vamos explicar o que é o REDD+ e quais as suas diferenças. Enquanto o REDD valoriza a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, o REDD+ é um extra.

No REDD+ estão inclusos o papel da conservação, o manejo sustentável e o aumento dos estoques de carbono florestal. Observe que um não anula o outro, pelo contrário, são conceitos que se complementam, tendo um objetivo em comum.

É interessante observar que estes mecanismos oferecidos pelo REDD e REDD+ também favorecem as comunidades integradas à natureza. Isto porque existem comunidades que moram nas florestas, que vivem de atividades vinculadas às mesmas ou estão em cidades próximas.

Pontos-chaves do REDD

Separamos os pontos-chaves do REDD para ficar claro o que é REDD. Confira:

  • REDD: Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal. Feito com base em redução compensada de emissões.
  • REDD+: Além dos mecanismos oferecidos pelo REDD, somam-se o aumento dos estoques de carbono, o manejo sustentável e a conservação.
  • REDD baseline: Utiliza-se as emissões esperadas, consideradas normais, como referência para as medidas de reduções de emissões. 
  • REDD conditions: Algumas condições básicas são levadas em consideração para demonstrar a entrega da redução de emissão de carbono. Por exemplo, a genuinidade desta redução. Também não pode haver vazamento, isto é, não dá para evitar a emissão em uma área, e está emissão simplesmente ser transferida para outra área. Ela precisa ser substituída por formas de renda sustentáveis e com emissão de carbono neutra.

Por fim, é preciso investir na viabilidade de longo prazo, o trabalho de redução de emissões não é pontual. Ele permanece para evitar a emissão em qualquer momento da história desta área.

Conheça a REDDA

O nome REDDA surge da junção de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal) mais Amazônia. A REDDA tem como seu projeto pioneiro, atuação na área de Portel, no Pará, tendo como braço também o projeto social IRAMA – Instituto Ribeirinhos da Amazônia.

O município de Portel localiza-se na Mesorregião da Ilha do Marajó. Abriga uma vegetação constituída pela Floresta Equatorial Amazônica, com grande diversidade de espécimes.

A REDDA e o IRAMA, juntos, tornam-se um projeto completo, de longo prazo, que atende aos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. De forma geral, os objetivos atendem ao desenvolvimento econômico, social e ambiental, incentivando o crescimento sustentável na região.

A REDDA quer aliar a conservação e uso sustentável dos recursos naturais, através dos mecanismos REDD, ao crescimento da comunidade. Desta forma, poderá oferecer recursos para educação, saúde, geração de economia local além de investimentos em projetos locais, como os Projetos de Assentamento Agroextrativistas (PAEXs) Alto Camarapí, Jacaré-Puru, Acangatá e Acutipereira.

Oficina em parceria com o Instituto IRAMA. Imagem: Diego Imai.

Conheça algumas das ações previstas para Portel com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU:

  1. Erradicação da Pobreza:geração de empregos, compra de produtos locais para incentivar a economia, etc.
  2. Fome zero e agricultura sustentável: incentivar a agricultura familiar, sistemas agroflorestais, etc.
  3. Saúde e qualidade: construção ou reforma de postos de saúde, realização de ação focal para atendimento em meio ambiente e áreas de saúde, etc.
  4. Educação: educação ambiental nas escolas, custeio de bolsas de estudo, etc.
  5. Igualdade de gênero: oportunidade de empregos de forma igualitária.
  6. Água potável e saneamento: instalação de poços artesianos comunitários.
  7. Energia limpa e acessível: compra e instalação de painéis solares comunitários.
  8. Trabalho decente e crescimento econômico: geração de empregos, criação de cooperativas locais, etc.
  9. Indústria, inovação e estrutura: Incentivo a projetos de inovação para soluções limpas e sustentáveis.
  10. Redução das desigualdades: oportunidade de crescimento econômico e intelectual.
  11. Comunidades Sustentáveis: crescimento e desenvolvimento da comunidade em harmonia com a natureza.
  12. Consumo e produção sustentável: os princípios da sustentabilidade sendo respeitados em qualquer atividade.
  13. Ação contra a mudança global e clima: comparativos de desmatamento antes e depois do projeto.
  14. Vida na água: educação ambiental, trabalhar com a pesca na comunidade.
  15. Vida terrestre: preservação da fauna local.
  16. Paz, justiça e instituições eficazes: participação social para uma sociedade pacífica e inclusiva, etc.
  17. Parcerias e meios de Implementação: parcerias com universidades para viabilizar a ciência aplicada à realidade local,  investimento social e capacidade de mudanças estruturais na preservação da Floresta, etc.

E você? Já sabe o que é REDD? Comente aqui o que você acha sobre o conceito:

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