Erradicação da fome no Brasil – Iniciativas para apoiar

Você já sabe sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Na lista de 17 propósitos que visam um mundo melhor, podemos ligar o segundo à erradicação da fome no Brasil, isto é, acabar com a fome no país.

Apesar do elevado número de produção de comida no mundo, segundo a Unicef, no mundo pré-pandêmico, 8.500 crianças morreram por desnutrição. 

Apesar da melhora dos índices, a pandemia acentuou ainda mais esses números e hoje, estima-se que cerca de 10.000 crianças percam a vida por causa da fome. Os dados são alarmantes, por isso a ONU entendeu a necessidade dos países encararem este problema com seriedade.

A segurança alimentar é um direito de todo cidadão. Segundo a Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) é a situação onde as pessoas conseguem acessar alimentos nutritivos. Este acesso deve acontecer sem impedimentos, de acordo com sua necessidade, para manter uma vida saudável e ativa. 

Segundo dados do IBGE, a insegurança alimentar está presente na vida de 10,3 milhões de brasileiros. Em 2020, a fome esteve presente na vida de 19 milhões de brasileiros, entre pessoas com insegurança alimentar e fome extrema.

Pandemia, ausência de políticas públicas, má distribuição de renda e comida, cooperam para o aumento da fome no país. Já são 9% de brasileiros com fome. Os dados sobre a insegurança alimentar no Brasil mostram o quanto o país precisa trabalhar para atingir o 2º ODS.

Nesse post tem:

O que significa a erradicação da fome no Brasil

A erradicação da fome no Brasil significa assegurar o acesso alimentar para todas as pessoas. Com principal atenção aos pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças e idosos. Alimentos seguros, culturalmente adequados, saudáveis e suficientes durante todo o ano. 

A meta ainda inclui:

  • erradicar as formas de má-nutrição relacionadas à fome. Incluindo especial atenção às crianças menores de 5 anos;
  • incentivar a produção agrícola e a renda de pequenos produtores de alimentos;
  • através de políticas públicas, apoiar sistemas sustentáveis de produção de alimentos;
  • aumentar o incentivo financeiro para ações que envolvam a produção e distribuição de alimentos;
  • adotar medidas para o funcionamento adequado do mercado de alimentos e derivados.

A fome é uma das principais causas de mortes de crianças abaixo de 5 anos no mundo. Além disso, cerca de 821 milhões de pessoas no mundo vivem em insegurança alimentar.  A má nutrição é ainda mais alarmante ao lermos dados sobre como o mundo produz comida suficiente para todos se alimentarem.

A erradicação da fome é o 2º Objetivo dos ODS da ONU. Isso significa ser preciso acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Todas as pessoas devem ter acesso aos alimentos seguros e nutritivos durante todo o ano, para uma vida ativa e saudável. 

Leia mais sobre a erradicação da pobreza, o 1º Objetivo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

Erradicação da fome no Brasil
Foto: Diego Imai

História do conceito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

Lançado em 2015, 193 Estados Membros da ONU adotaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A iniciativa estabelece algumas direções para o crescimento e desenvolvimento mundial até o ano de 2030. Tudo articulado de modo sustentável, integrando sociedade de natureza.

Os compromissos da Agenda 2030 são ambiciosos, e compreendem a urgência de mudar as relações com os recursos naturais. Além de identificar os principais problemas das sociedades que precisam ser solucionados. 

Para ajudar a compreender estes compromissos e metas, foram criados os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Somados a eles, estão 169 metas de ação global. Todos articulados para serem colocados em prática e gerarem resultados até 2030. A partir destes objetivos e metas, espera-se que cada país entenda a sua prioridade para iniciar as mudanças. 

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são independentes, mas se integram e, de uma forma ou outra, se complementam. Contudo, não seguem uma ordem, cada governo é livre para entender por qual objetivo irá focar seus planos de ação.

Os 17 ODS são:

As inter-relações incluem questões econômicas, sociais e ambientais. 

Erradicação da fome no Brasil
Foto: Diego Imai

Principais desafios da erradicação da fome no Brasil

A desigualdade na distribuição de renda, o desperdício e problemas políticos estão entre os fatores que dificultam o acesso à comida no Brasil. No Brasil, a fome está presente dos grandes centros urbanos, aos pequenos vilarejos. Diversas ações e campanhas ajudaram o Brasil a melhorar o cenário.

Em 2014, o Brasil saiu do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), auxiliado por políticas públicas. Contudo, os novos dados informam que a fome no Brasil atinge 9% da população. E a piora aumentou com a pandemia.

Os dados da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) alertam sobre o aumento da fome. Em 2018, eram 10,3 milhões de pessoas em Insegurança Alimentar grave, em 2020, são 19,1 milhões de pessoas. Cerca de 116,8 milhões de brasileiros estão em algum grau de insegurança alimentar.

Clique aqui e acompanhe as atualizações sobre a fome no Brasil.

Iniciativas para conhecer e apoiar

Diversas iniciativas no país estão tomando à frente na luta pela erradicação da fome no Brasil. O movimento é composto por organizações diversas que apoiam de alguma forma a luta contra a fome.

Conheça algumas destas iniciativas:

WFP Centro de Excelência contra a Fome Brasil

O WFP oferece um espaço de diálogo para auxiliar e apoiar instituições e governos dispostos a realizar mudanças no mundo. A proposta é ser um facilitador entre países, para que possam trocar experiências na tentativa de encontrar soluções sustentáveis. 

A erradicação da fome nos países é o objetivo principal da WFP. Mais de 15 nações recebem o apoio da WFP, inclusive o Brasil. Através da WFP muitas parcerias foram construídas para erradicar a fome. 

O trabalho é feito pensando na alimentação escolar, nas agriculturas familiares e apoio de  pesquisas. Também auxiliam na capacitação de pessoas e desenvolvimento social. Clique aqui e conheça mais sobre os projetos da WFP.

Banco De Alimentos

A ONG Banco de Alimentos atua desde 1998 recolhendo alimentos que seriam descartados. A proposta é evitar o desperdício de alimentos bons para consumo, mas sem valor nas prateleiras. O trabalho é desenvolvido através de parcerias para que estes alimentos possam ser reaproveitados.

O Banco de Alimentos é um dos parceiros da WFP. A ONG já entregou cerca de 13 mil toneladas de alimentos em 23 anos de existência. Além disso, a ONG investe em campanhas de Aproveitamento Integral dos Alimentos. Para isso, abre as portas para estudantes de nutrição. 

A colheita urbana, isto é, a coleta dos alimentos excedentes nas empresas e comércios evita o desperdício de comida. A ONG Banco de Alimentos distribui os alimentos, evita o desperdício e investe em educação alimentar. 

No site da ONG você acompanha a quantidade de alimento coletado todos os meses. Clique aqui, saiba mais e apoie esta causa.

Ação da Cidadania

A Ação da Cidadania já entregou 225 milhões de pratos de comida no Brasil, desde 1993. Também apoiado pelo WFP, a organização desenvolve projetos a favor da erradicação da fome e pobreza no Brasil. Fundada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, é considerada uma das mobilizações mais reconhecidas do país.

A Ação da Cidadania tem uma história muito conectada com os momentos políticos do Brasil. Inclusive, muitos artistas, ativistas, políticas e cidadãos participavam dos movimentos se a Ação da Cidadania estava envolvida.

Conheça algumas das áreas de atuação da Ação da Cidadania: 

  • Segurança alimentar & combate à fome. É o principal objetivo da Ação da Cidadania, por isso, apoia projetos nas áreas de agricultura familiar e segurança alimentar. Além de lutar por políticas públicas de combate à fome e ações diretas para redução da fome.
  • Natal sem fome. A campanha mobiliza a sociedade para alimentar famílias em uma das épocas mais festivas do ano. Época relacionada à fartura de comida à mesa. Mais de 16 milhões de famílias no país já foram alimentadas na época do natal.
  • Formação de liderança. Investe em formação de cidadãos dispostos a fazer acontecer projetos voltados para o bem-estar da sociedade e do meio ambiente.
  • Apoio comunitário. O apoio aos projetos comunitários locais é outro grande diferencial da Ação da Cidadania. Redes de comitês da Ação se organizam para atender pequenas comunidades e estão presentes em 20 estados. 
  • Projetos Culturais. Investir em projetos culturais é mostrar aos jovens e cidadãos das comunidades o seu protagonismo em projetos locais. É uma forma de ativar a mente das pessoas, abrindo novas oportunidades.

Os dados sobre arrecadação, doação e investimento nos projetos da Ação da Cidadania podem ser acompanhados no site. Clique aqui e saiba mais.

Erradicação da fome no Brasil
Foto: Diego Imai

Amigos do Bem

O projeto Amigos do Bem também é outro modelo de movimento que atua para além da erradicação da fome no Brasil. Eles acreditam em um modelo de desenvolvimento sustentável, cujas ações transformam vidas. É uma forma de investir em inclusão social e erradicar a fome e a miséria.

Os Amigos do Bem surgiram em 1993 como iniciativa de um pequeno grupo de amigos. Atualmente, já atendeu mais de 75 mil pessoas no sertão de Alagoas, Pernambuco e do Ceará. São aplicados projetos contínuos para crescimento e desenvolvimento das famílias do sertão nordestino.

Neste caso, cinco áreas são essenciais para construir este ambiente saudável para as pessoas carentes. Entre eles estão: 

  • Educação: já são mais de 10 mil crianças e jovens atendidos. Cerca de 2,4 milhões de refeições servidas por ano. 
  • Trabalho: oportunidades de trabalho no sertão. São 1.000 postos de trabalho e 6.000 pessoas beneficiadas mensalmente.
  • Água: mais de 140 povoados no sertão estão recebendo água. Os Amigos do Bem entendem a emergência em oferecer água para o povo do sertão. Por ano, já foram distribuídos 747 milhões de litros de água.
  • Moradia: o sertão de Alagoas, Pernambuco e do Ceará já foram beneficiados. As cidades do Bem e casas do Bem somam em 47 mil m² de edificações.
  • Saúde: os povoados carentes do sertão recebem atendimento médico. Além disso, foram construídos 4 centros de saúde.

Clique aqui, saiba mais sobre os Amigos do Bem e participe.

Cidades sem Fome

A organização Cidades sem Fome surgiu em 2004, na região extremo leste da cidade de São Paulo. A proposta inicial é melhorar a segurança alimentar das regiões de Cidade Tiradentes, São Mateus, Itaquera e São Miguel Paulista. Para isso, desenvolveu-se um projeto de hortas comunitárias.

O objetivo é melhorar a alimentação das crianças e adultos nestas regiões vulneráveis e ainda integrar a comunidade. Os projetos são sempre pensados para criar uma autossuficiência econômica e alimentar. Alguns dos projetos são:

  • Hortas comunitárias: transformação de terrenos públicos e privados da zona leste de São Paulo em hortas. Já são 25 hortas comunitárias.
  • Hortas escolares: hortas em escolas de regiões com vulnerabilidade. Através das hortas, investir em educação alimentar e prevenir a desnutrição. Já são 38 hortas em escolas públicas.
  • Estufas Agrícolas: metodologia para criação de estufas mais econômicas. As estufas alternativas garantem safra o ano todo. Já foram construídas 7 estufas. 
  • Pequenos Agricultores Familiares: este acontece na área rural da pequena cidade de Agudo no Rio Grande do Sul. Apoia uma cidade que está tentando se encontrar outra atividade econômica, que não mais o cultivo do tabaco.

A ONG recebeu vários prêmios, entre eles o prêmio da UN-HABITAT, o programa de urbanização da ONU. Conheça a organização Cidades sem Fome clicando aqui.

Pontes da Terra

A Pontes da Terra investe na democratização da alimentação agroecológica. Isto é, auxilia o fortalecimento dos pequenos e pequenas agricultores (as). A organização surgiu no início da pandemia ao observar o desperdício de alimentos originários da Agricultura Familiar.

Para evitar este desperdício, estabelecem uma conexão entre esta comida que estaria sendo jogada fora e aqueles que precisam. Para isso, as parcerias e colaborações ajudam na compra da comida e redistribuição para os que vivem em insegurança alimentar. 

É uma forma de não só evitar o desperdício, como ajudar financeiramente a Agricultura Familiar. Bem como, oferecer comida de qualidade nutricional para aqueles que precisam.

Clique aqui e conheça o trabalho das Pontes da Terra.

Reprodução: Instagram Pontes da Terra

Gastromotiva

Fundada em 2006, a Gastromotiva é uma organização que atua na formação de profissionais da gastronomia social. Isto é, não basta aprender sobre comida, mas é preciso entender a necessidade de compartilhar o alimento. A Gastromotiva acredita ser possível transformar vidas através da comida e evitando o desperdício.

Alguns dos projetos da Gastromotiva são:

  • Refettorio Gastromotiva. O restaurante escola fica no Rio de Janeiro e nele os alunos aprendem a cozinhar. A comida é oferecida para pessoas em vulnerabilidade social. 
  • Banco de Alimentos Gastromotiva. O espaço recebe doações de alimentos e realiza a redistribuição. Além do Rio de Janeiro, tem espaços em Curitiba, São Paulo e Cidade do México. 
  • Cozinha Solidária. Lançado em 2020, para lidar com os impactos da COVID-19, trata-se da implantação de cozinhas comunitárias. As cozinhas ajudam na produção de refeições em áreas em situação de insegurança alimentar.

Clique aqui para conhecer mais sobre a Gastromotiva e colaborar com o projeto.

Conheça como a REDDA ajuda a erradicação da fome nas regiões dos povos tradicionais da Amazônia.

O objetivo da REDDA é auxiliar no crescimento e desenvolvimento de comunidades de forma sustentável. Para isso, se apoia nos mecanismos de REDDRedução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal. Através destes mecanismos, busca integrar a sociedade e a natureza de forma saudável, autossuficiente e sustentável. 

Além disso, os projetos da REDDA são apoiados nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. É uma forma de integrar as necessidades sócio-ambientais para um crescimento bem estruturado. Um dos projetos da REDDA acontece em Portel, no Pará, e também é realizado pensando na compensação de carbono. 

Conheça mais sobre a REDDA e os projetos clicando aqui.

Redda Crédito de Carbono Compensação de Carbono
Foto: Diego Imai

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