O desmatamento na Amazônia não pode mais ser ignorado. Em 2019, a Amazônia perdeu quase 2.000 campos de futebol de floresta por dia. Os dados são da ONG Map Biomas, que em parceria com a RAISG apresentou informações alarmantes sobre o desmatamento na Amazônia.
As consequências deste desmatamento na Amazônia aceleram a velocidade do aquecimento global. A quantidade de emissão de CO² da floresta aumenta e acompanhamos as mudanças climáticas. Além disso, o desmatamento tira a moradia de povos originários, destrói a biodiversidade e impede o desenvolvimentismo de medicações naturais.
Para além do território da floresta, as consequências são ainda mais dramáticas. A mudança nas chuvas altera toda a produção de alimentos. Bem como cria fenômenos naturais nocivos para o bem-estar da humanidade. Por exemplo, o aumento de tempestades, os longos períodos de secas e o frio extremo.
Absolutamente tudo é modificado como resultado do desmatamento na Amazônia. Por isso, precisamos ajudar de alguma forma. Seja através de apoio às organizações envolvidas na preservação da floresta, até em rever o nosso modo de pensar o meio ambiente.
A natureza não está longe do nosso dia a dia, ela faz parte de tudo o que fazemos, inclusive respirar.
Neste post, debatemos um pouco sobre o desmatamento na Amazônia e, através dele, podemos repensar nossas ações. Entendendo o quanto este desmatamento atrapalha a nossa vida, o quanto causa impactos drásticos de nível global.
Você já sabe qual é a importância da Floresta Amazônica e agora entenderá melhor os impactos do desmatamento na Amazônia e como você pode ajudar a frear esta ação. Continue lendo.
Nesse post tem:
- Desmatamento na Amazônia em números
- Os impactos do desmatamento na Amazônia
- Desmatamento na Amazônia segue na marcha-ré do Acordo de Paris
- Como ajudar a frear o desmatamento na Amazônia?
- Conheça a REDDA
Desmatamento na Amazônia em números
O Atlas Amazônia sob Pressão 2020 é uma radiografia das principais ameaças à Amazônia. Publicado em dezembro de 2020, é uma parceria da Rede de Informações Socioambientais Georreferenciadas da Amazônia (RAISG) com a MapBiomas.
O relatório confirma a urgência do olhar atento aos acontecimentos envolvendo a Amazônia. Segundo o relatório, de 2000 a 2018 foram destruídos 513.016km² de floresta. As atividades que geram este desmatamento são extrativas – mineração, petróleo, madeira, fauna, flora – legais e ilegais. Além das obras de infraestrutura – vias, hidrelétricas, etc – e, por fim, a agropecuária, esta representa 84% do motivo do desmatamento.
O processo de desmatamento na Amazônia mais rápido e intenso acontece na área do Brasil.
Segundo o relatório RAISG, em quase 50 anos, o país perdeu 18,9% da floresta original. Para ter uma noção, equivale a quase duas vezes o tamanho da Alemanha. O período de menor desmatamento no país aconteceu entre os anos de 2005 a 2012 com políticas e incentivos públicos.
Os impactos do desmatamento na Amazônia
O desmatamento na Amazônia causa um desequilíbrio ambiental de proporções gigantescas. Por ser a floresta tropical mais extensa do planeta, sua função como reguladora do clima é importante para vários territórios. Não se resume apenas às terras da floresta, ultrapassa fronteiras e continentes.
O modo como a Amazônia está sendo desmatada também altera a posição da floresta quanto ao processo de absorção de carbono: se transforma em uma fonte maior de emissão de carbono. Imagine a cena: uma floresta gigantesca que absorvia o CO², através de processos naturais e necessários, vai só emitir excessivamente.
E se o dióxido de carbono é um dos principais gases de efeito estufa, o metano, produzido em abundância pelo gado, vem logo atrás. Percebe a relação? A floresta é desmatada, em grande parte, para criação de gado.
O desmatamento aumenta o nível de emissão de carbono e abre espaço para atividades que aumentam as emissões de metano. É, ou não é, preocupante? Além disso, todos os impactos negativos gerados pelo desmatamento também atingem os rios voadores, importantes para o equilíbrio climático. Clique aqui e entenda o que são os rios voadores.
Além da emissão de gases, o desmatamento impacta negativamente na biodiversidade da fauna e flora da floresta. São inúmeras espécies perdidas.
O desmatamento também tira a paz e moradia dos moradores da floresta, como os povos indígenas e ribeirinhos. Por fim, é possível afirmar que o desmatamento na Amazônia causa impactos como:
- Aumento de emissões de Carbono e Aceleração do aquecimento global;
- Destruição da fauna e flora biodiversidade do mundo;
- Impacto na cultura dos povos originários;
- Destruição de plantas medicinais usadas na ciência.
Aumento de emissões de Carbono e aceleração do aquecimento global
Em um processo normal, a atmosfera retém um nível de gases para manter o aquecimento global ideal para a sobrevivência humana. Caso este processo não existisse, congelaríamos.
O aumento de emissões de gases de efeito estufa aceleram o aquecimento global. O excesso desses poluentes na atmosfera segura mais calor do que o necessário
A preocupação está exatamente na temperatura média da Terra aumentando, ao invés de se manter em um equilíbrio natural, importante para a vida dos seres vivos.
Com um estilo de vida cada vez mais acelerado, estamos desestabilizando uma troca de gases natural. Inclusive através do desmatamento, feito por necessidades de consumo desenfreado.
As emissões de carbono na atmosfera atingiram o nível mais alto na história da humanidade. Cerca de 40 bilhões de toneladas métricas de carbono são emitidas por ano. Nesta velocidade, acredita-se que até o final do século teremos um aumento na temperatura média de 2,7º.
Saiba mais sobre qual a diferença entre aquecimento global e efeito estufa.
A relação da Floresta Amazônica com o Dióxido de Carbono
Com o desmatamento na Amazônia, a floresta perde a capacidade de retirar dióxido de carbono (CO²) da atmosfera. Para piorar, o nível de carbono emitido na atmosfera está aumentando. Este desequilíbrio entre a absorção e emissão reduz a ação da floresta em frear o aquecimento global.
O aumento das queimadas e o desmatamento são fatores que aumentaram o nível de emissões de carbono para a atmosfera. Por isso, é possível afirmar que a velocidade da degradação florestal na Amazônia tem transformado a floresta em fonte de CO².
Inclusive, esta nova dinâmica no balanço do carbono afeta diretamente o ecossistema da floresta. Com uma transformação ambiental de grande impacto, a vegetação presente pode sumir e dar lugar ao cerrado.
Isso é ruim porque as florestas retiram muito mais carbono do que os cerrados.
Esse desequilíbrio no processo de absorção e emissão de CO² causa consequências climáticas preocupantes, incluindo a regularidade das chuvas. A floresta produz quantidade de vapor d’água essencial para a produção de chuva. É uma chuva usada não só para aquela região, mas também para outras partes do país.
As águas nos céus são carregadas pelos ventos por diversas distâncias e direções. Estas águas preservadas nos céus são conhecidas como rios voadores.
Os rios voadores refletem diretamente nas mudanças climáticas no país e no Planeta. A velocidade do desmatamento e degradação da floresta também comprometem a existência deles.
O papel da Floresta Amazônica em frear o aquecimento global
É importante entender que o equilíbrio natural da Floresta Amazônica ajuda a frear o aquecimento global. Isto é, ao absorver e emitir a quantidade certa de CO² e O² a floresta colabora para frear o aquecimento global.
A freagem acontece porque a floresta ajuda na diminuição da concentração de CO² na atmosfera. Além disso, o funcionamento adequado dos períodos de chuva é essencial para manter a temperatura média controlada. O processo cíclico está todo relacionado à preservação da floresta.
Manter a biodiversidade da Amazônia é uma forma de permitir que seu ecossistema funcione trabalhando bem nas etapas da fotossíntese. São etapas fundamentais para a dinâmica da concentração de CO² na atmosfera. Esta vivacidade da floresta é responsável pelo bem-estar de todos, mesmo os que estão longe.
Você sabia que existe relação entre o aquecimento global e o aumento do nível dos Oceanos? Clique aqui e confira tudo em nosso post.
Destruição da fauna e flora biodiversidade do mundo
A destruição da fauna e flora pelo mundo tem sido outra grande preocupação ambiental. Estes seres vivos participam de todo o processo da natureza em recompor e sobreviver, cada etapa conta.
O uso desequilibrado, pela humanidade, dos recursos naturais tem causado impactos preocupantes. Além da mudança climática, estamos acompanhando o desaparecimento de espécies da fauna e flora. É preciso entender que todas as espécies contribuem para a sobrevivência das florestas.
Isto porque tanto os animais, quanto as plantas, participam do processo de absorção e emissão de CO². O aquecimento global também atrapalha o modo de viver destes seres. Algumas plantas não resistem à mudança e animais migram de seus hábitats para sobreviver.
Está entendendo como tudo se conecta? Como é necessário manter o funcionamento equilibrado entre recursos naturais e humanos e evitar o desmatamento na Amazônia?
Mais de 10 mil espécies estão ameaçadas de extinção na Amazônia. Conheça algumas destas espécies:
Botos
Os botos são espécies de golfinhos de água doce. Estes animais vivem nos rios da região da Amazônia. O boto-cor-de-rosa é considerado o maior golfinho de água doce.
A mineração ilegal é uma das causas de suas mortes, já que estes sofrem pela contaminação de mercúrio. A construção das hidrelétricas também colocam em risco a sobrevivência dos botos.
Peixe-Boi da Amazônia
O peixe-boi é considerado o maior mamífero de água doce do Brasil e vive nos rios das bacias do Amazonas. É um dos animais mais importantes para a Amazônia, por se alimentar das plantas dos rios. Esta dieta impede a proliferação destas plantas nos rios, o que impediria a diminuição dos raios solares na água.
O peixe-boi entrou em extinção devido à caça predatória, muitos vivem em áreas de proteção ambiental. Ainda é um animal pouco estudado no país, mas organizações ambientais têm realizado trabalhos de conservação produtivos.
Uacari Branco
O Uacari Branco é a espécie de macaco mais misteriosa da Amazônia. Pouco se conhece sobre ele e a maioria vive no oeste da floresta. Na maior parte do tempo, habita na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Eles vivem exclusivamente em áreas inundadas, por isso é difícil o acesso até a espécie. O uacari branco costuma viver em bandos de até 50 indivíduos. Eles chamam a atenção pela característica peculiar: muito pelo no corpo, rosto avermelhado sem pelo e cauda curta. Costumam se alimentar de frutos de cascas duras, como a castanha-do-pará.
Maçarico-Esquimó
Apesar da Amazônia ter o maior número de espécies de aves em seu bioma, cerca de 65 espécies estão extintas. Entre eles o mutum-fava, o gavião-real e o maçarico-esquimó.
O maçarico-esquimó é uma ave curiosa porque reflete as consequências causadas pelas mudanças climáticas. A ave que já foi bastante populosa na América do Norte, está atualmente extinta globalmente.
O Brasil fazia parte da rota migratória da ave de bico longo, curvo, originada do Canadá. O pássaro vinha da América do Norte, contudo, as mudanças na vegetação o afastaram do país.
Uma característica interessante deste pássaro é que ele remexia o solo na busca pelo alimento.
Impacto na cultura dos povos originários
A floresta, rica em biodiversidade da flora e fauna, também tem outros moradores. São os nativos e os povos originários, ou povos tradicionais. Estes sofrem com o impacto causado pelo desmatamento da Amazônia.
Os povos originários incluem os quilombolas, os ribeirinhos, os pescadores e agricultores familiares. São comunidades que se constituíram na floresta e nos arredores, vivendo basicamente dos recursos oferecidos pela mesma. Por isso, o desmatamento tira a casa de muitas pessoas, bem como a matéria-prima necessária para a economia de sobrevivência.
Comunidades indígenas também perdem os seus habitats. Além disso, perdem o espaço onde sua cultura é melhor preservada. A relação dos nativos com a floresta é importante também pelos conhecimentos que eles adquirem desta relação tão próxima. Inclusive, na descoberta de recursos naturais para a medicação.
Cada uma destas comunidades, na Amazônia, vive de forma distinta. Conheça algumas delas em nossos posts Conheça tudo sobre o povo ribeirinho da Amazônia e Qual a diferença entre quilombolas e ribeirinhos.
É possível dizer que o desmatamento na Amazônia ignora que a floresta é a “cidade” destas pessoas.
O que você acharia de sair de casa e ver toda a sua rua destruída? Ou, sua vizinhança destruída a perder de vista? Eles passam por isso com o desmatamento e degradação florestal.
Destruição de plantas medicinais usadas na ciência
O desmatamento na Amazônia destrói a biodiversidade da flora da floresta. A diversidade da vegetação ali é tão ampla que algumas espécies são desconhecidas. Além disso, existe uma variedade de plantas medicinais usadas pelos povos locais e até pela ciência.
Inclusive, alguns medicamentos conhecidos foram desenvolvidos a partir do conhecimento de plantas medicinais. Por exemplo, a aspirina (ácido acetilsalicílico) tem o princípio ativo extraído do salgueiro. A papoula é o princípio ativo da morfina.
Desta forma, é possível que o desmatamento na Amazônia nos tire a possibilidade de usufruir das possibilidades medicinais da natureza. As degradações ambientais também são portas de acesso para impedir que desenvolvamos remédios.
Plantas medicinais e em extinção na Amazônia
- Tamarindo (Tamarindus indica) O chá de tamarindo é usado para o controle do colesterol. Apesar de a árvore ser originária da Índia, se adaptou bem ao Brasil. Além da casca, é possível produzir suco com o fruto, este tem efeito laxante.
- Jatobá (Hymenaea courbaril) O fruto nasce de uma árvore que pode chegar a 40 metros de altura. Suas propriedades são diversas: anti-inflamatória, vermífuga, fortificante, expectorante, bom para cólicas. Como planta medicinal, costuma-se fazer o chá a partir da casca seca da árvore.
- Quina quina (Coutarea hexandra). De sabor amargo, a casca da árvore ajuda a desintoxicar o fígado, combate a febre e tem ação anti-inflamatória. É indicado para ajudar na digestão e dores no corpo.
- Andiroba. O óleo extraído da andiroba é usado como anti-inflamatório, antisséptico e cicatrizante. Por ser uma árvore fraca, tende a cair nas chuvas fortes e derrubadas, sendo cada vez mais escassa.
- Pau-Rosa. Esta árvore chega a atingir 30 metros de altura, o óleo retirado da árvore é usado na produção de perfumes. Esta finalidade da árvore a colocou na lista de extinção. Para a produção de 10 litros de óleo, é necessário cerca de uma tonelada de matéria-prima.
- Castanheira. Lembra que o macaco Uacari Branco está em extinção? Pois bem, uma das fontes de alimento do macaco também está. A castanheira era uma das mais encontradas na Amazônia. O fruto, a castanha-do-pará, demora cerca de um ano para amadurecer. As árvores costumam sofrer com os desmatamentos e derrubadas.
Desmatamento na Amazônia segue na marcha-ré do Acordo de Paris
Infelizmente, as últimas notícias revelam como o desmatamento na Amazônia segue na marcha-ré do Acordo de Paris.
Além da floresta estar se tornando uma fonte de emissão de CO², as alterações climáticas atrapalham o desenvolvimento dos ecossistemas.
Por isso, acompanhamos a redução de absorção de CO² não somente pelos ecossistemas terrestres como os oceanos. No Acordo de Paris de 2015, uma das metas do Brasil era de zerar o desmatamento ilegal até 2030.
Atualmente, o Brasil apresentou novas propostas ao Acordo de Paris. Incluindo o aumento de 400 milhões de toneladas de emissão de gases de efeito estufa. Além disso, o país segue na marcha-ré ao propor aumento de áreas a serem desmatadas, não o oposto.
Como ajudar a frear o desmatamento na Amazônia?
Existem várias formas de ajudar a frear o desmatamento na Amazônia, confira algumas delas:
- Apoie projetos e organizações não-governamentais: procure organizações concentradas em desenvolver projetos pensados para a Amazônia. Existem projetos dos mais diversos, desde apoio na construção de cidades sustentáveis até o reflorestamento. Não deixe de apoiar! Encontre alguma cujo projeto você se identifica.
- Apoie projetos além da Amazônia: alguns projetos não estão diretamente vinculados ao desmatamento na Amazônia. Contudo, colaboram indiretamente. Por exemplo, projetos para frear a emissão de carbono, projetos de reciclagem e até de redistribuição de comida. Lembre-se, no final, tudo se conecta.
- Um dia sem carne: escolha pelo menos um dia da semana para não consumir carne. O equilíbrio no consumo diário da carne, por exemplo, reflete na desenfreada necessidade de ter pastos. É preciso refletir sobre a necessidade diária da carne em nossa dieta. Você sabia que existem pessoas que pensam numa dieta equilibrada para a saúde e o meio ambiente? São os climatarianos, clique aqui e saiba mais sobre esta dieta pensada para o bem-estar de si e da natureza.
- Reveja o seu estilo de vida. O nosso estilo de vida reflete nos impactos na Amazônia. Por isso, vale a pena olhar para os seus modos de consumo, bem como de quais empresas você tem comprado. Considerar a pegada de carbono das empresas é uma alternativa interessante para ajudar a frear o aquecimento global.
- Consciência ecológica sustentável. Pense no meio ambiente concretamente, entendendo o quanto ele é importante para o dia a dia. Desta forma, você aprende a refletir sobre suas decisões em qualquer área – das decisões políticas até as de consumo.
Conheça como a REDDA e você podem ajudar a preservar a Amazônia.
A REDDA é uma organização criada a partir dos mecanismos oferecidos pelo REDD. A sigla REDD significa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal. A partir dos mecanismos, a REDDA se propõe a colocar em prática ações benéficas para a Amazônia e região.
Os projetos incluem a construção da consciência e práticas ambientais das populações. Um dos projetos acontece em Portel, no Pará. Onde está sendo aplicado o conceito de cidade sustentável pensando no bem-estar integrativo e inclusivo da comunidade com a floresta.
E não para aí, a REDDA também realiza suas ações apoiadas nos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Desta forma, acreditamos ser possível melhorar a qualidade de vida das pessoas, sem tantos impactos nocivos para a floresta.
Clique aqui e conheça a REDDA e nossos projetos.