O reflorestamento e restauração são termos bastante comuns em áreas de recuperação ambiental, mas é importante entender as diferenças entre eles. Apesar de o termo reflorestamento ser amplamente usado, é preciso compreender que ele é apenas uma etapa na restauração das florestas.
Na Amazônia brasileira os projetos de restauração são essenciais para ajudar na reestruturação do ecossistema. Por meio destes projetos, as comunidades locais também se beneficiam do cuidado com a natureza.
As etapas que envolvem a restauração são complexas, exigem atenção, levam tempo e pedem por um acompanhamento contínuo. Para completar, existem etapas de reflorestamento em muitos destes projetos, já que o plantio em áreas desmatadas auxilia no restauro do ecossistema.
De certa forma é possível afirmar que o reflorestamento pode, ou não, estar presente em um projeto de restauração. Tudo dependerá dos objetivos apresentados nos estudos sobre a área natural que receberá a restauração.
Neste post, te convidamos a conhecer mais detalhes sobre a restauração e como a redda+ está envolvida na aplicação de projetos de restauração na Amazônia. São projetos desenvolvidos em parceria com as comunidades e povos tradicionais, pensados e aplicados a longo prazo, apoiando o crescimento sustentável.
Nesse post tem:
- O que é restauração?
- Quando a restauração começou no Brasil?
- Quais são os tipos de restauração existentes?
- Por que a restauração é importante?
- Conheça a Redda+
O que é restauração?
A restauração é uma ação humana intencional com o objetivo de reverter a perda e a degradação florestal. Por meio de projetos de restauração, busca-se recuperar um ecossistema que foi destruído.
Normalmente, as áreas que passam por restauração estão em situação crítica, resultado, quase sempre, de ações humanas. As principais ações são: desmatamentos, queimadas ilegais, manejamentos realizados sem o controle ambiental adequado e abandono.
O processo de restauração é longo porque considera todas as peculiaridades do ecossistema que será cuidado. Para isso, há todo um estudo envolvido com o objetivo de gradualmente restaurar a biodiversidade, a função ecológica e a sustentabilidade da área.
A restauração considera as condições da degradação, incluindo os fatores que levaram a degradação do lugar. Também observa os diferentes regimes de chuva que esta área em análise recebe. Além de analisar as espécies da fauna, flora e se atenta às atividades econômicas que acontecem ao redor.
Quando a restauração começou no Brasil?
No Brasil, os registros de projetos de restauração em áreas degradadas datam de 1862, na época imperial. Na época, o imperador Dom Pedro II foi quem incentivou a restauração do atual Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O imperador afirmava ser importante manter as nascentes saudáveis para o fornecimento de água à cidade. O plantio de árvores nativas, isto é, o reflorestamento, foi uma das ações usadas neste processo de restauração.
Já na Amazônia, há dados de que a restauração florestal começou na década de 1970, por meio de programas de recuperação no Rio do Norte. O processo buscava restaurar uma área degradada por causa das atividades de mineração, na exploração de bauxita.
Em 2017, o Brasil assumiu o compromisso de restaurar, no mínimo, 12 milhões de hectares de florestas nativas até 2030.
Em 2021, a ONU (Organização Nacional das Nações Unidas) lançou o programa Década da Restauração em 2021. O programa é uma convocação global para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo. A Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, espera conseguir deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los.
Quais são os tipos de restauração existentes?
A restauração deve considerar a totalidade da área degradada para selecionar a técnica mais adequada. Por isso, é possível afirmar que existem tipos de restauração que estão relacionados ao uso das técnicas. Uma área pode receber uma ou mais técnicas, é sempre importante analisar o contexto do local para determinar as escolhas. As principais técnicas de restauração são:
Plantio de Mudas
O plantio de mudas é a principal técnica nos projetos de restauração, neste caso podem ser usadas espécies nativas e/ou exóticas. Também é possível decidir se a região receberá um misto de plantio, de diferentes espécies nativas, ou apenas um tipo de espécie.
A vantagem desta técnica é que ela apresenta alta eficácia e um rápido crescimento em relação a outras técnicas, como o plantio por sementes. Normalmente, são usadas espécies de rápido desenvolvimento, melhorando a qualidade de vida ambiental. Esta técnica de restauração também pode ser conhecida como reflorestamento.
Agrofloresta
Os sistemas agroflorestais (SAFs) algumas espécies de árvores, como arbustos, palmeiras e bambus, vão dividir a área com culturas agrícolas e/ou animais. Sendo assim, trata-se de sistemas produtivos vivendo em equilíbrio e interagindo com o meio ambiente. É uma técnica mais usada em áreas com a presença de pequenos agricultores, também conhecida como restauração florestal produtiva.
As negociações em relação ao espaço natural são estabelecidas para manter a conservação e preservação da natureza. É um processo produtivo sustentável que gera benefícios para o produtor e a floresta, pois colabora com a recuperação da área.
Regeneração Natural Assistida
A técnica da regeneração natural assistida, ou regeneração natural com manejo, consiste em auxiliar a natureza por meio de ações humanas. Para isso, é possível controlar as plantas competidoras, ou ainda controlar pragas. Dá para monitorar a qualidade do solo e acompanhar mais de perto outras técnicas aplicadas, como, por exemplo, o reflorestamento.
É possível medir o crescimento da flora e como a fauna está se desenvolvendo, buscando alternativas que ajudem neste processo de regeneração. Sendo assim, nesta técnica, as interferências diretas e indiretas das ações humanas para ajudar na recuperação da floresta são permitidas.
Regeneração Natural
A regeneração natural, ou regeneração espontânea, é uma técnica mais usada em áreas de preservação permanente pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Isto acontece porque ela exige um abandono da área que será restaurada, para se regenerar naturalmente. Há um acompanhamento, é claro, mas é preciso permitir que a natureza faça o trabalho.
Neste caso, a área degradada não recebe plantas e sementes introduzidas por ação humana, por exemplo. A área precisa ser protegida para permitir que a vegetação se restabeleça sozinha. Normalmente, esta técnica é realizada em regiões que a natureza tem mais potencial de regeneração natural.
Por que a restauração é importante?
A restauração é importante para ajudar a natureza a recuperar o seu ecossistema, consequentemente, melhora a qualidade de vida de todos. O bem-estar das florestas e da natureza está muito conectado com o cotidiano das pessoas.
Há melhor equilíbrio climático – as temperaturas ficam amenas e as chuvas são bem distribuídas no ano. Além das questões ambientais, a restauração é um meio para ajudar o crescimento e desenvolvimento sustentável de povos tradicionais.
Na Amazônia, por exemplo, as comunidades ribeirinhas e quilombolas têm na floresta o alimento para subsistência, bem como trabalho. Pequenos agricultores também se beneficiam de uma floresta restaurada. A natureza e a sociedade tem uma relação intrínseca que muitas vezes é ignorada pela humanidade, mas que é real e vital.
O secretário-geral da ONU deixou uma mensagem importante sobre a restauração: “Ao restaurar os ecossistemas, podemos impulsionar uma transformação que contribuirá para o cumprimento de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A tarefa é monumental. Precisamos replantar e proteger nossas florestas. Precisamos limpar nossos rios e mares. E precisamos tornar nossas cidades verdes.”
Conheça como a Redda+ e você podem ajudar a preservar a Amazônia
A Redda+ é uma organização que entende a importância do desenvolvimento de projetos integrados à floresta e as comunidades que a rodeiam. Desta forma, os nossos projetos visam um comprometimento com a sustentabilidade apresentada pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A área de atuação da Redda+ é na região de Portel, no Pará, em comunidades e povos tradicionais.
Nesta região, a Redda+ aplica projetos que entendem a importância da restauração da floresta. As técnicas de restauração usadas nos projetos consideram as necessidades da natureza, seu entorno e as comunidades que vivem do que produzem. Por isso, toma os devidos cuidados para mostrar como é possível viver em integração com a natureza.
Por estar na Amazônia, a Redda+ também apoia os projetos nos mecanismos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal). É um modo de conseguir implementar ações que possam cooperar com a diminuição dos impactos ambientais provenientes das emissões de carbono.
A compensação das emissões de carbono excessivas é feita por meio de projetos que buscam a restauração da floresta. Inclusive, um dos projetos da Redda+ é a da plantação de árvores na Amazônia e você pode ajudar a plantar. Para participar, basta clicar aqui e conferir informações extras.