Comunidades Quilombolas na Amazônia – Onde Vivem, História e +

As comunidades quilombolas na Amazônia Legal são importantes para a história do povo brasileiro e não devem ser ignoradas. Elas refletem a nossa cultura e estão sempre em luta por seus direitos, buscando manter as tradições e compartilhando sua história. Os quilombolas são um grupo étnico-racial formado por descendentes de escravos fugitivos no período de escravidão no Brasil.

Gradualmente, as comunidades quilombolas têm conseguido reconhecimento, mostrando a sua importância na história brasileira. Quando uma comunidade é reconhecida, significa que os quilombolas terão suporte de políticas públicas para melhorem a qualidade de vida.

O Brasil tem quase 5 mil comunidades quilombolas, e existe um grande número na região norte do país. As comunidades quilombolas na Amazônia, em grande parte, surgiram do período das plantações de cacau e criações de gado. Normalmente, elas ficam afastadas, em lugares de difícil acesso, afinal de contas, eram o refúgio de escravos fugitivos.

Os quilombolas possuem uma relação muito próxima à floresta, usam as técnicas de agricultura familiar para adquirem sua alimentação. Também tem elevado nível de conhecimento sobre plantas medicinais além de preservarem a natureza.

Os quilombolas são um povo alegre, com tradições vivas que relembram as histórias de seu povo. A Redda+ tem orgulho de participar do crescimento e desenvolvimento dos quilombolas de São Tomé do Tauçu, em Portel, no Pará.

E, neste post, você conhecerá mais sobre as comunidades quilombolas na Amazônia e como você pode colaborar para ajudar no crescimento deles.

Nesse post tem:

O que são as comunidades quilombolas na Amazônia?

As comunidades quilombolas têm um longo histórico, elas se formaram como ponto de apoio para escravos em fuga. As aldeias eram o refúgio de negros escravizados e traficados no período colonial do Brasil. Atualmente, estas comunidades preservam a história deste povo, simbolizando a resistência e a busca pela liberdade. 

A formação de quilombos acompanhou a expansão do cultivo de cacau. Inclusive, muitos quilombos foram destruídos pelos fazendeiros brancos, já que estes lugares apoiavam os escravos que buscavam abrigo e liberdade. Os quilombos seguem lutando por seus direitos e carregam consigo a descendência e as tradições de seu povo.

Na Amazônia, uma comunidade é reconhecida como comunidade quilombola após um processo que identifica a remanescência quilombola da terra. Os títulos e reconhecimentos são importantes para as se apoiarem em políticas públicas que ajudam no crescimento e desenvolvimento da comunidade. 

Povo quilombola em sua maioria crianças reunidos após apresentação artística comemorando o dia da consciência negra em São Tomé do Tauçu no Portel estado do Pará
Foto: Diego Imai

Como vivem as comunidades quilombolas na Amazônia?

A relação das comunidades quilombolas com a Amazônia é muito forte, eles possuem um conhecimento incrível da região. Até porque, é por meio da natureza que eles tiram o sustento para o dia a dia. As comunidades costumam ser formadas pelas residências e pelos centros comunitários. Nos centros comunitários fica a escola, uma capela e espaço para os encontros, reuniões e festas da comunidade.

As comunidades quilombolas na Amazônia possuem um estilo de vida simples, as casas são construídas com madeiras e palha. De forma geral, os materiais para subsistência são extraídos da natureza. No geral, não há abastecimento de água ou tratamento de esgoto, a água é retirada de rios, lagos e afins próximos à comunidade.

Existem comunidades quilombolas reservadas, que gostam de preservar a cultura mais tradicional. Mas, também é possível encontrar comunidades que estão buscando uma modernização. Elas vivem em uma realidade capitalista como as pessoas nas cidades, buscando ganhar seu dinheiro para comprar produtos que ajudem no dia a dia. 

Como cuidam da floresta?

Por ter uma relação intrínseca com a natureza, os quilombolas são verdadeiros protetores e preservadores da floresta. Eles garantem a sua alimentação por meio da caça, pesca e agricultura, sendo assim, eles entendem a importância da natureza se manter viva. Para tanto, utilizam de técnicas produtivas de agricultura familiar.  Parte da geração de renda das comunidades é originária dos recursos naturais. 

O acesso constante à floresta, permite que os quilombolas tenham uma relação de aprendizado diário sobre a natureza. Eles entendem a relação de sobrevivência da floresta e sobrevivência própria. Além disso, a manipulação dos recursos naturais, faz compreender melhor as propriedades médicas oferecidas pelas plantas. 

Quando uma área é reconhecida para a comunidade quilombola, a possibilidade daquela área ser destruída é muito menor. As pessoas recebem o direito à terra, são donas daquele lugar e desenvolvem atividades de extrativismo responsável.

Clique aqui e leia mais sobre o que são os povos e comunidades tradicionais na Amazônia. Entenda a importância deles na vida das florestas.

Como surgiram? Um pouco da história dos quilombolas na região

Os primeiros quilombos brasileiros surgiram em lugares afastados, de difícil acesso, até porque, eles eram áreas de apoio a negros escravizados fugitivos.

A palavra quilombo, na cultura africana, significa lugar cercado e fortificado. De fato, representa bastante a proposta dos quilombos que lutavam contara o domínio dos brancos que escravizavam os negros. Desde sempre, a história dos quilombos está atrelada à busca pelo direito de viver em liberdade. 

Na Amazônia, muitos quilombos foram se formando na segunda metade do século 18. Neste período, os fazendeiros estavam levando negros africanos para serem escravizados nas fazendas de gado e cacau. A região de Óbidos e Santarém, no Pará, foi um dos pontos de início deste movimento. Os negros escravizados começaram a fugir, pela floresta, usando o rio para se locomover, em busca de liberdade.

Segundo dados do relatório da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, há cerca de 214 mil famílias e 1,17 milhão de quilombolas no Brasil. Os dados são defasados, datam de 2012. Por isso, em 2022, o Censo, pela primeira vez, incluiu os quilombolas na pesquisa. A pesquisa acontece de 1º de agosto de 2022 até 21 de outubro de 2022.

Comunidades Quilombolas na Amazônia | Crianças fazem apresentação artística em São Tomé do Tauçú em Portel no Pará
Foto: Diego Imai

Tradições e lazer

A história de sofrimento e injustiça não conseguiu apagar a alegria das comunidades quilombolas. Pelo contrário, eles possuem uma cultura muito festeira, alegre com muita música e dança em suas tradições. O samba de cacete, por exemplo, é um ritmo criado por eles, e tem referência no samba africano. Outras danças presentes no repertório dos quilombolas são o lundum, a valsa e a mazurca. 

A música é outra arte importante na vida dos quilombolas, que a usam para narrar suas experiências e manter a história viva. As composições dos quilombolas sempre relembram a história dos antepassados e possuem conselhos para as gerações. No esporte, o futebol é tão presente como em tantas outras partes do Brasil.

Quantas comunidades quilombolas existem no Amazonas?

O número exato das comunidades quilombolas ainda é incerto, mas já foi identificado que o Pará é o estado com mais comunidades quilombolas reconhecidas. Existem cerca de 178 comunidades quilombolas no Brasil, sendo 62 comunidades quilombolas no Pará, destas 55 já foram reconhecidas.

No Brasil, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ, identificou cerca de 3.212 quilombolas no Brasil. Mas, acredita-se que o número pode passar de 5 mil.

Redda+ e os quilombolas de São Tomé do Tauçu

A Redda+ desenvolve um projeto de desenvolvimento sustentável com os quilombolas de São Tomé do Tauçu, em Portel, no Pará. A comunidade tem mais de 20 famílias e a subsistência das famílias sofreu impactos negativos por causa dos desmatamentos.

A destruição da natureza atrapalhou o ciclo de vida da vegetação e os animais, dificultando o acesso à alimentação. Consequentemente, a comunidade teve que lidar com a fome, doenças e diminuição das rendas familiares.

Por meio do projeto da Redda+, os quilombolas de São Tomé do Tauçu recebem atendimento médico e cuidados para melhorar a qualidade de vida deles. As atividades são voltadas para um desenvolvimento sustentável econômico, cultural, social e ambiental.

Inclusive, um dos projetos de plantação de árvore na Amazônia é feito em parceria com a comunidade. Os quilombolas auxiliam na plantação da árvore, e as contribuições financeiras para esta atividade são revertidas para a comunidade. 

Comunidades Quilombolas na Amazônia | Pessoa recebe cesta básica da Redda+
Foto: Diego Imai

Conheça como a Redda+ e você podem ajudar a preservar a Amazônia

A Redda+ é uma organização que busca atrelar a qualidade de vida dos povos tradicionais da Amazônia com o bem-estar da natureza. Para isso, desenvolve projetos apoiados nos mecanismos REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal). Além de vincular os projetos aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, priorizando as necessidades emergenciais de cada comunidade.

Ao elaborar projetos completos, considerando o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região, a Redda+ investe no crescimento de comunidades conscientes, inteligentes e sustentáveis. E, para completar, providencia ações para a inserção de oxigênio na atmosfera, auxiliando na compensação das emissões de gases de efeito estufa.

Além da comunidade quilombola de São Tome do Tauçu, em Portel, no Pará, a Redda+ apoia outras comunidades de povos tradicionais. Entre elas estão a PAE-Ilha Grande, a PAEX – Alto Camarapi, a PEAEX Piarim e a PEAEX – Acangatá. Uma das formas de você colaborar com os projetos da Redda+ nestas comunidades é plantando uma árvore na Amazônia.

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Redda Crédito de Carbono Compensação de Carbono
Foto: Diego Imai

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